sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Interioridade

        - Hoje me deu vontade de escrever alguma coisa. Coisa essa, qualquer. Qualquer um poderia escrever isso. Isso é incerto. Certo como as saudades que sinto da península, dos ares, da China e da menina. Com essas saudades sou eu todo, completo, hoje. Não tenho nada planejado como eu fui. Fui, e não espero muita coisa dessas palavras, simples e sem sentido traços e rabiscos. Rabiscos e um coração alvejado, carregado por um cérebro cansado…
       - Cansaço... cedo assim?
       - Ah... sim… e já me vou, tudo bem?
       - Bem não, mas também não é mal… é racional, como sempre.
       - Sempre nunca que possível. E o impossível eu sempre quis, mas sempre passaram na minha frente… só não queria ser medíocre…
       - E é?
       - Por fora ou por mim?
       - Por você.
       - Sim.
       - E por fora?
       - Também.
       - Onde não?
       - Apenas na minha prodigiosa imaginação.
       - E existe lugar melhor?
       - Não para mim.
       - Para quem então?
       - Para o mundo.
       - Onde?
       - O concreto.
       - A realização da imaginação?
       - Não… Esse surto que alguns chamam por matéria.
       - Mas isso não seria a realização de várias imaginações diferentes?
       - Sim, mas sem harmonia.
       - E onde está essa tal harmonia?
       - Na minha… somente nela…

Por Carlos Fernando Rodrigues  S.S.D.

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