quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Will be Buddhas

A grandeza humana é perceber a magnitude do mundo, e se desligar dessa forma, das materialidades e pecados. É simplesmente impossível ao ser humano determinar uma história linear, sendo a sua, relacionada em ciclos de compreensão e aprendizagem. A interligação entre tais ciclos se dá por acontecimentos que os finalizam e iniciam, de forma com que nascimento e morte sejam relativos. O desafio é o que delimita a necessidade de perfeição de cada ser humano, o pensamento compreende e a paz interna alcança.
            Perdoe sempre, eles precisam passar por aprendizados os quais voce já passou. Vida não se resume à nada ou ninguém, ela simplesmente é. Fale e pratique verdade. Ela é o remédio de tudo. Mas o faça da forma que melhor lhe convier. Sempre que precisar, desligue-se do mundo. Suas interferências podem prejudicar seu ciclo de aprendizado. A perfeição é relativa, variável e finita. Lembre-se de que é humano. Dúvidas sempre surgirão enquanto houver razão. Ilumine-se.
            O karma é uma construção única e exclusivamente nossa, então... Hey Ho, Let's Go!

Por Carlos Fernando Rodrigues   S.S.D.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Que seriam dos 4 se não fossem nós dois?


Pode ser falta de talento,
Mas enquanto estiver com você
Inspiração não irá faltar.
Isso sempre será o ar.

Suave e doce como o vento,
Em tempo, nosso amor,
Mais gostoso, nosso invento.

Quente e forte como o fogo,
Sabe como me deixar sempre...
Simples e bobo.

Firme e sensível, nossa terra,
Quase sempre humano,
Se não erra, berra.

Um grito sobre a água,
Sem dor, somente amor.
Eu te amo não basta.
Tem que ser mais.
Mas sou humano,
Ainda não sei qual é meu plano.
Só sei sobre o que é amar.
Sobre o que é te amar.
Ou só que é amar.
E eu duvido de quem duvidar.

Por Carlos Fernando Rodrigues S.S.D.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O Cangaceiro, a utopia do final (Parte 1)

            A vida não era simples para uma criança nordestina humilde, criada em um berço espinhento, obrigada a trilhar um caminho árduo que muitos adultos formados não resistiriam. A divisão e o cumprimento das tarefas básicas era essencial para a sobrevivência de três irmãos, órfãos de pai e mãe, se manter de forma relativamente estável. Falar que “era” de se admirar é tornar passado aquilo que constrói nosso presente. Mesmo dentro de contextos sociais mais complexos como os atuais, a dignidade e a perseverança desses pequenos guerreiros servem mais do que de exemplo para a sociedade a qual pertencemos.
            Inúmeros testes provocaram o espírito de guerra do jovem cangaceiro, que na sua ingênua pretensão de colocar ele e seus irmãos a par de uma vida melhor, se viu envolvido na causa primordial de sua missão vital. As ações em meio aos trabalhadores sempre tiveram um caráter mais humanista do que propriamente hostil em relação à classe dominante. Carregando consigo a essência de igualdade, liberdade e fraternidade, o jovem técnico via naquelas pessoas trabalhadoras e dedicadas, que se esgueiravam por buracos cavados com as próprias mãos, a necessidade e capacidade humana da convivência em grupo, que em um espectro mais amplo podemos definir por sociedade. Aquela situação realmente era estranha, pois para a convivência em uma sociedade é essencial o equilíbrio entre as partes, proposta por muitos, mas realizada por ninguém.
            Passados os testes, como se fossem episódios qualificadores, veio a interminável batalha contra o desequilíbrio social do Coronel, e após cada conflito, o Cangaceiro se levantava cada vez mais forte e experiente, se livrando da imobilidade do poder que afetava seu adversário, que não mais evoluía. Enfim, o Cangaceiro triunfara sobre o Coronel, agora ele podia praticar sua ideologia de dimensões humanitárias tão grandes quanto o próprio ser humano e que, apesar dos impedimentos, passariam por cima desses e chegariam na forma e na medida necessária  à cada cidadão da nossa cidade, não importando o preço a ser pago pelo sacrifício pessoal do humilde garoto, agora homem, que pensa à frente de seu tempo, mas não deixa para trás a lembrança do passado, sua principal arma motivacional.

Por Carlos Fernando Rodrigues  S.S.D.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O Cangaceiro e o Coronel – Parte 4 ( A guerra, a rodeio e a decepação)

            Após travarem batalhas ferrenhas, sujas e principalmente ideológicas ao longo de anos, o Cangaceiro finalmente escorraçara o Coronel da cidade, mas apesar disso, ele ainda dominava grande parte das Gerais e ainda mantinha seu velho e infame costume de “mamar nas tetas do estado”, sua grande mãe leiteira. Nova Lima agora vivia novos tempos, novas situações e principalmente, agora, tinha uma população ativa.
            O Cangaceiro governava para todos, suas ideologias se encaixavam perfeitamente no contexto político da cidade, e isso com certeza desagradou os soldadinhos chumbados do coronel que agora já não podiam mais submeter a população às suas vontades sórdidas. O Coronel, experiente, já sabia da dificuldade de certas pessoas daquela cidade em lhe dar com a boa vontade alheia e rapidamente tratou de agir em cima das alusões maquiavélicas dos que cercavam seu rival, tornando-o o centro de uma rede de intrigas e suposições meramente vis, mas que tinham o poderio de detonar as bases sociais e políticas de todo ser sociável: a Moral.
            O espírito de luta do Cangaceiro, que sempre foi melhor em suas relações sociais diretas do que o Coronel, estava agora a mercê dos interesses mesquinhos dos que seres que se julgavam humanos próximos a ele. Sua luz de esperança para a salvação do restante da dignidade em todo o município, agora era ofuscada pelo rodeio dos  coadjuvantes, o que acabou por jogá-lo em um labirinto de natureza bem conhecida, mas de consequências possivelmente infinitas, incluindo em questões externas, a necessária privacidade do homem para gerir sua vida por completo, fragilizando seu ideal de justiça, desapego e principalmente do clichê amor.
            Apesar da situação desfavorável, o Cangaceiro ainda era senhor do seu destino e tinha plenas forças para lutar e decidir se continuaria a conduzir a cidade rumo ao seu futuro de conquistas. A ilusão do rodeio então finalmente o cegou, e alguns pequenos espíritos,desses que se esgueiram no mundo dos homens para fingirem ser essa carcaça morta que lhes é dada, voaram em cima dele, como hienas em cima da carne morta, que agora era toda sua experiência vital em reflexo de suas fraquezas mortais. Ele ainda tinha a família, mas escolheu deixá-la, talvez por compaixão, ou talvez por vergonha. Ele ainda tinha seus talentos, mas resolveu que iria escondê-los, e assim transbordou seu lado pecador em seu desequilíbrio. A ideologia ficara subjugada, seus amigos já não eram sensíveis e o fim era iminente. Os abutres o bicavam e agora guiavam seus companheiros, sem rumo contra a muralha venenosa do Coronel. O Cangaceiro já não via a luz gloriosa do seu caminho e agora se tornava um velho que nem os velhos admiravam, um velho que não tinha mais do que a ingenuidade de uma criança em um mundo de animais. Agora, a sorte está lançada. O Cangaceiro definha, decepado, o Coronel se prepara para a maior das ofensivas antes de sua morte, os abutres e hienas fazem a festa e o povo, bom, esse voltou ao seu papel principal: o de espectador.

Por Carlos Fernando Rodrigues S.S.D.