Eu não tenho conseguido desenhar.
A arte não mais me chama.
Pois chama é no meu coração agora.
Este que todo arranhado e cicatrizado
É colocado, destroçado, como moeda de troca.
Submerso em bálsamo de ideias. Salgado em grafias de setembro. Impenetrável e frágil.
Sonhos de cavalaria.
Realidade de cavar a vala onde eu iria.
Pois na vala, a cova, dos seus sorrisos, onde se encontram os últimos restos de mim.
Cova do covarde do mundo, que uma vez em coragem, encontrou o fim.
Se dispôs ao correto e enfim, foi. Sem rumo. Tiro certo no nada. Rompante em direção aos moinhos.
Viu o que não viu e se foi.
Embebido de paixões e sonhos que nunca foram seus.
Em nobre missão para a qual não nasceu.
Um resgate, fadado ao desgaste, de quem não o desejou e por isso o matou.
Jantou, comeu e por lá, seu coração deixou.
Ainda aguarda resgate de si próprio,
Este que já não mais vem.
Especta o mundo, agora a ser digerido vivo.
Em amores e dores que não são de si mesmo.
Mas daqueles contra os quais lutou e protegeu algo que nunca foi seu.
Por Carlos Fernando Rodrigues